12 de ago. de 2010

As Institutas de Calvino:Livro 1 Pg 26 - Carta ao Rei


Tampouco deve privar-te desse esforço o menosprezo de nossa humildade. De quão insignificantes somos, e abjetos homúnculos, na verdade disso estamos honestamente cônscios.

Sim, diante de Deus, míseros pecadores; à vista dos homens,absolutamente desprezíveis, escória e lixo do mundo; se o queres, ou qualquer outra coisa que de mais vil se possa, porventura, referir.

De sorte que nada resta de que nos possamos gloriar diante de Deus, senão tão-somente de sua misericórdia [2Co10.17, 18] (Ora, quem se gloria, glorie-se no Senhor. Pois merece a aprovação não aquele que se recomenda a si mesmo, mas aquele que o Senhor recomenda.)

Mercê da qual, à parte de qualquer mérito nosso [Tt 3.5]

(E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ele nos salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo), Fomos admitidos à esperança da eterna salvação, nem mesmo diante dos homens nos sobra senão nossa impotência [2Co 11.30; 12.5, 9]

(Desse homem eu me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, a não ser das minhas fraquezas. Pois, ainda que me quisesse gloriar, não seria insensato, porque diria a verdade. Mas abstenho-me, para que ninguém me tenha em conta de mais do que vê em mim ou ouve dizer de mim.

Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade.

Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim. Mas ele me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo).

O que, a mera admissão, sequer com um aceno, é entre eles suprema ignomínia.

Nossa doutrina, porém, sublime acima de toda glória do mundo, invicta acima de todo poder, importa que seja enaltecida, pois não é nossa, mas do Deus vivo e de seu Cristo, a quem o Pai constituiu Rei, para que domine de mar a mar e desde os rios até os confins do orbe das terras [Sl 72.8]Ele dominará de um ao outro mar, desde o grande rio até os confins da terra.

E de tal forma, em verdade, deve ele imperar, que, percutida só pela vara de sua boca, a terra toda, com seu poder de ferro e bronze, com seu resplendor de ouro e prata, ele a despedaçará como se outra coisa não fosse senão diminutos vasos de oleiro, na exata medida em que os profetas vaticinam acerca da magnificência de seu reino [Dn 2.34; Is 11.4; Sl 2.9].

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